quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O Espírito de um Autista

Já faz algum tempo que não pratico meu "desabafo solitário" por aqui, e o que me trouxe a escrever hoje, foi exatamente este sentimento de  ausência.


O sentimento de ausência que me refiro, pode se descrever de várias maneiras, vamos utilizar algo que esteja próximo de nós neste momento, um objeto, que tenho certeza, todos temos...
 Que tal esta caneta aí do seu lado, se não tiver aí com certeza estará em alguma gaveta, mas todos nós temos uma. Está em nossas mãos, cheia de tinta, carga, pronta para ser usada e deixar todo seu conteúdo expandir e virar palavras, frases, desenhos, arte.


Agora seja esta caneta por alguns minutos, você esta cheia de conteúdo, de carga, de informações para passar a diante, sabe da sua capacidade e de suas qualidades, mas... Não consegue escrever nada sem que alguém te segure, te guie. Claro que em boas mãos faríamos de um papel em branco uma obra de arte, mas se não tivermos esta sorte? Perderíamos o que temos por dentro, apenas por não ter quem saiba tirar o devido valor?

Pode parecer que estamos dando muitas voltas para chegar ao nosso assunto, mas é apenas um cuidado para que sejamos bem compreendidos. 
Nosso corpo é a caneta, nossa alma é a tinta, mas o contrário do que dizemos que a tinta da caneta acaba, ela não acaba,  estará sempre forte e azul em alguma folha de papel, não deixa de ser uma forma de evolução, sai da inercia para levar a palavra.

Todo corpo tem dentro de si um espírito em evolução, com as mesmas capacidades de outros espíritos,  mas com as dificuldades que a ele fora empregada neste corpo. 
Um autista, tem na grande maioria das vezes, uma inteligência respeitável, mas as limitações motoras,  e dificuldades de comunicação, nos fazem imaginar o contrário.

Este assunto me veio a tona, depois que recebemos a visita de um Espírito que nos pedia ajuda.
Ao que pareceu é encarnado e seu corpo apresenta as limitações de um autista. Mas sua mente se mostrava tão saudável quanto a de qualquer um de nós. Suas queixas eram relacionadas a seus tutores, que por quaisquer motivo que não se justifique, demonstravam  a ele a insatisfação e o desprezo que sentiam. Na maioria das vezes, por acharem talvez, que ele não entendesse o que diziam, exalavam palavras pesadas e depreciativas, dignas de autoria dos espíritos inferiores e que com certeza os cercam.
Mas, independente de tudo que ele vive naquele seu mundo, sem se quer poder reagir ou pedir ajuda, ele nos veio pedir para orarmos por ele e seus pais, sua família ou quem quer que seja seu tutor. Ele pedia para que eles dessem uma chance a ele, que não o culpasse por ser como é, e que se for a missão dele passar por tudo isso, que assim seja, mas que eles fossem perdoados, pois saberia que em sua evolução outros estariam caminhando no sentido inverso.



Tudo que falamos a um autista, é devidamente compreendido e sentido, a forma que ele reage por fora, não condiz com o que ele sente por dentro, ou até condiz, mas da sua forma, com seus limites.
Por isso, independente das limitações de quem quer que seja, mesmo que pequenas, nunca o trate como se ele não tivesse sentimento. Nisso somos todos iguais, apenas nos fazemos diferentes na forma de demonstra-los.


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